sábado, 20 de fevereiro de 2010

O confronto decisivo

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:

Tem sido comum aos comentaristas políticos evocar Terra Desolada de T. S. Eliot, especialmente quando o grande escritor norte-americano diz que Abril é o mais cruel dos meses. Pode ser, às vezes pode não ser.
Tudo depende da ação e do movimento consciente dos homens que geram contradições muitas vezes antagônicas e outras vezes nem tão antagônicas assim.
E isso sempre está associado aos fatores imponderáveis que não dependem da vontade desse ou daquele cidadão ou dessa ou daquela corrente política. Além do que as coisas sempre estão subordinadas à vontade coletiva, ao nível real da compreensão da sociedade.
Portanto na luta política interagem vários fatores complexos, muitos dos quais não podem ser previstos antecipadamente, até porque alguns surgem no curso de um determinado confronto, inclusive em uma campanha eleitoral.
E é exatamente sobre uma circunstância dessas que o diretor da Vox Populi, Marcos Coimbra, explica a situação do candidato tucano à presidência da República, José Serra.
Diz ele que o grande dilema do tucano é que, em 2002, quando as pessoas queriam mudança, ele era a continuidade. Agora, todos querem a continuidade, ele é a mudança.
Evidente que essa é uma análise de um especialista em pesquisa e tendências eleitorais. Falta nessa excelente radiografia o conteúdo político, o cerne dos programas e projetos que os partidos, as coalizões eleitorais defendem para a nação e o povo brasileiro.
Em nosso país, para ficarmos só no Brasil, muitos presidentes, governadores e prefeitos eleitos começaram suas campanhas às vezes com menos de dois dígitos nas pesquisas e no decorrer do processo eleitoral alcançaram a vitória.
Portanto, como diria o conselheiro Acácio, pesquisa é pesquisa e campanha é campanha. Na verdade, nesta eleição atual o voto terá mesmo caráter plebiscitário. Ou bem continuamos com o projeto nacional de desenvolvimento com inclusão social ou retornaremos às políticas neoliberais da época de FHC.
Essa tendência plebiscitária irá se estender a todas as instâncias, notadamente, presidente, senadores e governadores, além dos demais cargos eletivos. O povo vai escolher o seu futuro em uma luta muito difícil, contra uma elite política que se considera locadora do poder.

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