sábado, 22 de janeiro de 2011

José Martí, 120 anos de “Nuestra América”

                                                 Homenagem a Martí no Parque Central de Havana

José Martí, escritor, poeta e herói da independência cubana, publicou em janeiro de 1891, no jornal mexicano El Partido Liberal, seu texto “Nossa América” em que fala da identidade latino-americana e propõe a união dos povos do continente como caminho contra a opressão e dominação colonial e imperialista.

Grande intelectual que considerava de fundamental importância a batalha de idéias, e que inspira até hoje sucessivas gerações do povo cubano e latino-americano, morreu em combate pela independência de Cuba. Seu pensamento transcendeu as fronteiras da Ilha para adquirir caráter universal.

Martí em “Nossa América” defendia o conhecimento profundo da realidade dos países que se constituíam com a independência. Afirmava: “Governante, num povo novo, quer dizer criador”.

“... No jornal, na cátedra, na academia, deve-se levar adiante o estudo dos fatores reais do país. Basta conhecê-los, sem vendas nem disfarces; pois aquele que, por vontade ou esquecimento, deixa de lado uma parte da verdade, tomba, afinal, vítima da verdade que lhe faltou. E cresce na negligência e derruba aquele que se levanta sem ela”.

“A história da América, dos incas para cá, deve ser ensinada minuciosamente, mesmo que não se ensine a dos arcontes da Grécia. A nossa Grécia é preferível à Grécia que não é nossa. Nos é mais necessária. Os políticos nacionais substituirão os políticos exóticos. Enxerte-se em nossas repúblicas o mundo; mas o tronco terá que ser o de nossas repúblicas. E cale-se o pedante vencido; pois não há pátria na qual o homem possa ter mais orgulho do que em nossas doloridas repúblicas americanas”.

Para ler o texto completo de José Martí, veja em: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=145855

Jornalista, poeta, escritor, tradutor, escreveu sobre política, literatura, arte, educação, numa vasta obra. Aliou seu espírito revolucionário à sua pena. Fundador da literatura hispano-americana e do modernismo na América Latina, deixou 507 poemas, além de novelas e dramas que influenciaram gerações de escritores. A canção “Guantanamera”, talvez a mais popular música latino-americana, do compositor cubano Joseíto Fernandez, tem como letra versos dos “Poemas Singelos” de José Martí.

Em viagem a Cuba em março de 2010, tivemos a oportunidade de visitar o mausoléu de José Martí, no cemitério Santa Ifigenia em Santiago de Cuba. Homenageado com troca de guarda de honra a cada meia hora, seu túmulo recebe inúmeras visitas, tanto de turistas, como de viajantes e cubanos, a quem é feita uma explanação a seu respeito, ao pé de sua escultura, com destaque para seus versos “Não me deixem morrer no escuro como um traidor. Sou bom e como bom, morrerei de cara ao sol”, razão das homenagens ali serem feitas a ele desde o raiar até o por do sol.

                   Tumba de Marti rodeada pelos brasões das nações latino-americanas, dentre os quais o do Brasil.

Sobre Martí, leia, de Sidnei Shineider, o ensaio “José Martí: singelo vigor de aço”, em http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=145898

Alguns de seu poemas em: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=11&id_noticia=145909

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