sábado, 29 de janeiro de 2011

O Armagedom iminente

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


Vou me convencendo cada vez mais da alta capacidade científica e analítica de determinados âncoras da TV a cabo a que eventualmente assisto premido pela necessidade da informação, mesmo que desconfie da possibilidade de vir a ser desinformado, de má fé, e em alta resolução tecnológica.

E eis que essa mídia de última geração aparece com uma apresentadora de variedades, destacada para ser agradável e convincente, e só consegue ser chata e porta-voz do “politicamente correto”, com uma nova opinião sobre as causas das tragédias na região serrana do Rio de Janeiro.

Ao explicar aos telespectadores os fatídicos acontecimentos ocorridos naquela região atingida por chuvas intensas e prolongadas que provocaram enchentes e desmoronamentos com dezenas de milhares de desabrigados e centenas de mortes, desconfio, infelizmente, que até mais, a citada âncora vespertina aborda o “aquecimento global”.

De acordo com ela o horrível tsunami acontecido há algum tempo atrás na Indonésia, a catástrofe em Nova Friburgo e outras cidades possuem a mesma origem, o aquecimento global.

Assim ficamos sabendo que uma região abalada por terremotos nas profundezas oceânicas provocando ondas terríveis que chegam ao litoral nada tem a ver com atritos, divergentes ou convergentes, de placas tectônicas que remontam à formação da Terra, como explica a Geologia.

A âncora “politicamente correta” afirma “que não há propriamente um aumento das chuvas, ou de ondas gigantescas, mas é que elas estão se concentrando e desabando sobre uma única região, por causa do aquecimento global”. Com isso ela “exime” de todas as responsabilidades governamentais os problemas estruturais de infra-estrutura, habitação etc.

Esta é uma época contrária ao pensamento universal. Seja ele associado aos filósofos gregos, aos iluministas, aos enciclopedistas franceses, à dialética contemporânea, hegeliana ou marxista, quando na filosofia ou ciência o que orienta é a busca do todo para se compreender as partes. Atualmente o que vem sendo dominante é um olhar temático, fatiado, de mundo, primordialmente no campo das ideias, agendado através de um bilionário centro internacional de difusão hegemônico.

A fragmentação das ideias e da sociedade, ilhada em corporações, amesquinha o pensamento humano, as grandes causas humanas, científicas, nacionais ou sociais. Por isso é que ressurgem, protegidas por uma falsa ciência, notícias recorrentes de um Armagedom quase que iminente.

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