sábado, 15 de janeiro de 2011

A retórica tóxica

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:


A tentativa de assassinato, que culminou com a morte de várias pessoas, da deputada norte-americana Gabrielle Giffords por um “jovem desequilibrado” no estado do Arizona suscita a questão recorrente sobre a violência política nos EUA.

O economista, prêmio Nobel, e também norte-americano, Paul Krugman diz que os EUA estão vivendo um período de crescente intolerância, extremismo galopante.

Provocando uma “onda de retórica tóxica” incentivada por determinados meios de comunicação do país, insuflando ações agressivas armadas tal qual essa mais recente no Arizona. E cita nominalmente a Fox News, poderosa rede de televisão americana.

O certo mesmo é que a extrema direita naquele país vem crescendo bastante e já existem até sub-divisões, cada uma dizendo-se mais autenticamente defensora dos pioneiros fundadores da grande nação do norte que a outra.

Imersos em profunda crise econômica, provocada pelos especuladores financeiros de Wall Street, e que se espalhou pelo mundo, os EUA experimentam um lento e inexorável declínio de liderança, típico das grandes potências em todas as épocas.

Que mais se parece com um declínio em câmera lenta, bem ao estilo do cineasta Sam Peckinpah, norte americano, consagrado pela crítica como “o poeta da violência” em função das cenas magistrais que realizava dando autenticidade e beleza plástica aos momentos de violência em seus filmes.

Talvez estejamos só presenciando um instante mais intenso desse clima em que vivem os EUA, porque nas últimas décadas aconteceram por lá vários crimes de natureza política.

Que eu me lembre, os dois Kennedys, o presidente e o irmão candidato ao mesmo posto, Martin Luther King, defensor dos direitos civis, Malcom X, John Lennon, que ia ser expulso dos EUA por suas atitudes contrárias às políticas externa e interna americanas, e outros.

Na verdade os Estados Unidos estão metidos em um profundo e crônico estágio ideológico de violência cultural e política. Oliver Stone, em “JFK a pergunta que não quer calar”, quis demonstrar em seu filme que esses crimes e atentados não são ações exclusivas de loucos.


Mas isso entra na seara das “teorias das conspirações” que justificam os EUA, “branco autêntico, protestante e original”, predestinados por Deus à liderança mundial, como absolutamente isentos de terroristas e golpistas.

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