sexta-feira, 25 de março de 2011

Meio mundo de gente armada

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão e no Santana Oxente:

Ao desembarcar no aeroporto de Brasília nesta terça-feira passada, o motorista do táxi que me levou ao centro da cidade iniciou uma longa conversa cujo tema principal e único foi sobre a visita do presidente norte-americano Barack Obama à capital federal.

Em linguagem popular e sábia ele relatou os diversos transtornos que passou a capital federal durante a visita presidencial. Disse que presenciou a chegada da equipe de apoio e segurança de Obama ao aeroporto Juscelino Kubitschek.

Segundo ele “foram três imensos aviões carregados de materiais e desceram com vários veículos de todos os tipos e umas limusines, sendo que de um deles desembarcou meio mundo de gente armada que mais parecia que ia haver uma guerra em Brasília”.

Na realidade essa foi a imagem que os brasileiros presenciaram pela televisão, por onde ia o presidente Obama estava esse aparato bélico, além dos seguranças nacionais que garantiram a integridade física do presidente americano.

No Rio de Janeiro então os cuidados foram triplicados talvez pela tradição histórica de rebeldia e aguçada consciência crítica dos cariocas.

O fato é que reprimiram vários protestos contra a presença de Barack Obama no Rio, cancelaram o discurso que estava programado na Cinelândia, palco de grandes manifestações populares da História brasileira, pelas dificuldades de posicionar os atiradores de elite dos EUA nos prédios do centro da cidade.

Esse é o trivial da caravana presidencial americana, por onde ela passa é tomada de uma aguda sociopatia, uma síndrome de pânico incontrolável.

Mas o aval de Obama para a agressão armada imperialista dos Estados Unidos contra a Líbia, visando a pilhagem dos seus campos petrolíferos, foi dado em plena reunião em Brasília.

Obama se foi sem falar das medidas protecionistas contra os nossos produtos como o álcool combustível, os nossos cítricos, o lugar permanente do Brasil no Conselho de Segurança da ONU etc. De concreto só o vivo interesse pelas nossas gigantescas reservas petrolíferas do Pré-sal além das confessadas ambições imperiais pela rica biomassa amazônica, também reserva mundial estratégica de energia, minérios raros e cobiçado espaço geopolítico mundial.

Assim todo o cuidado é pouco e será de premente atualidade reerguer as históricas bandeiras de lutas de que a Amazônia e o petróleo são nossos.

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