sexta-feira, 1 de abril de 2011

Cem milhões por hora

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:


Cem milhões de dólares foi o que custou nas primeiras horas, aos Estados Unidos, Inglaterra, Itália e França para atacarem militarmente a Líbia, de acordo com o Wall Street Journal. De lá para cá não se sabe quanto mais aumentou a despesa, mas seguramente já vai em uma quantia fabulosa.

O mais paradoxal dessa situação toda é que essa intervenção militar e a sua astronômica contabilidade financeira se dá no momento em que centenas de milhares de ingleses e europeus vão às ruas em protesto contra a crise econômica e social.

Ao mesmo tempo crescem as manifestações de intolerância e racismo contra estrangeiros nos EUA e comunidade européia e a última delas foi divulgada ao vivo pela mídia global, contra a seleção brasileira em Londres nesse fim de semana passado.

E se não bastassem os sinais de ebulição, as notícias dão conta do crescimento institucional da extrema direita tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Portanto, quando se fala que há uma convulsão das ruas árabes também é certo afirmar que no primeiro mundo as coisas também vão se deteriorando cada vez mais.

As intervenções militares imperiais e o cerco midiático à opinião pública internacional em relação aos objetivos e ações agressivas desses países, nas fronteiras árabes e outros lugares do planeta, representam um contrafluxo histórico.

É como se estivéssemos retornando sob novas condições históricas aos primórdios do colonialismo sem disfarces. Mas todos percebem as novas ofensivas invasivas dessas nações hegemônicas em quase todos os cantos da Terra.

Ao mesmo tempo essas potências vão promovendo fortemente certas políticas pelo mundo que incorporem ativistas às suas causas, o que demanda altos investimentos financeiros até porque cresce muito o repúdio internacional às ações belicosas imperiais.

Assim o que estamos presenciando são progressivos sinais de esgotamento da nova ordem mundial, provocando uma crise de civilização. Uma civilização erigida à imagem e semelhança dos seus construtores responsáveis.

Nessa batida em que vamos presenciando o tom cada vez mais elevado das ameaças, o aumento das intervenções militares, os brasileiros devem se cuidar. Não há economia, continente ou nação imune a esse cenário internacional turbulento e sombrio.

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