Questionado sobre a repercussão da crise econômico-financeira global sobre o investimento no Brasil, Coutinho destacou que o banco não considera que a redução de consultas verificada no primeiro semestre seja estrutural. Segundo ele, o BNDES trabalha com dois cenários, um de crescimento reduzido nas economias de Estados Unidos, Europa e Japão e de manutenção do crescimento dos emergentes, com um avanço da economia chinesa de 9,3%. O segundo cenário, um pouco mais grave, aponta para uma crise maior entre os países desenvolvidos e uma desaceleração mais forte dos emergentes, com queda na demanda por commodities. Mas, mesmo no segundo cenário, Coutinho enxerga "efeitos ambíguos" sobre o Brasil. Se, por um lado, haveria o peso da balança comercial, por outro resultaria em menos pressão inflacionária, segundo ele.
"Pode abrir perspectiva de o Banco Central iniciar uma redução de juros mais cedo. Toda conjuntura tem seus prós e contras", afirmou Coutinho, evitando fazer previsões sobre uma possível queda da taxa básica de juros. "O momento é muito mais de cautela e observação. O que constatamos é que os instrumentos que o governo tem hoje para enfrentar um cenário menos favorável são instrumentos bastante fortes", acrescentou.
(no Valor online)
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