sábado, 19 de novembro de 2011

Rebeldes e ajustados

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:



Dizia-me um veterano jornalista paranaense que hoje em dia as formas de coerção e controle sobre a população global combinam a repressão política e a psicologia do pânico, cuja eficácia é muito maior que nos períodos das ditaduras das décadas de sessenta a oitenta.

E que tanto uma quanto outra atendem aos mesmos objetivos do grande capital e às estratégias de dominação imperial.

A globalização que se impôs à esmagadora maioria dos Países através do projeto neoliberal dando consequência à chamada nova ordem mundial, nessa época do mundo unipolar sob a solitária hegemonia militar, ideológica, cultural, multimidiática dos Estados Unidos, possibilitou o exercício de mecanismos autoritários totalmente legitimados.

No entanto a História vem demonstrando que essa dominação não acontece de maneira ordeira porque ao uso da força brutalizadora aumenta a resistência dos povos através de movimentos de contestação ou mesmo de insurgências contra essa hegemonia global.

Já a ONU tem revelado enorme dependência financeira aos Estados Unidos que recentemente cortou uma gorda mesada à UNESCO porque essa aprovou a participação dos Palestinos em suas deliberações.

Assim, as nações emergentes especialmente os BRICS exigem uma reformulação das Nações Unidas que além de legitimar as agressões armadas dos EUA coonesta inevitavelmente com os interesses das grandes corporações financeiras e empresas transnacionais.

Com a hegemonia unipolar dos EUA e a nova ordem mundial, veio a imposição de várias medidas globais draconianas contra a soberania dos Países, a uniformização dos indivíduos. Forjou-se assim uma ditadura dos comportamentos e das normas de condutas, dos conceitos fundamentalistas de consumo, hábitos, saúde, trabalho, meio ambiente etc.

E também o multiculturalismo que é o apartheid moderno, a fragmentação social dos trabalhadores através da coabitação em separado do ambiente cultural nacional.

Mas as sociedades estão se rebelando e vão sendo acusadas pelas elites financeiras e conservadoras como “desajustadas”, porque eles os “ajustados” estão lá em cima no topo da pirâmide social em um mundo em crise aguda profunda.

A “nova ordem mundial” passará à História como responsável por inomináveis cenas de barbárie e por um estúpido processo regressivo de civilização sem precedentes na História mais recente da humanidade.

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