sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O exercício da hegemonia

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho e na Tribuna do Sertão:


O historiador Eric Hobsbawm em recente ensaio sobre o pensamento do revolucionário e intelectual italiano Antonio Gramsci, morto em 1937 vítima do regime fascista de Mussolini, apresenta-nos a versão sobre o conceito de Estado e hegemonia desse grande pensador marxista.

Segundo ele Gramsci considerava o Estado como um amálgama entre instituições coercitivas e hegemônicas e que uma classe dominante não conta somente com o Poder coercitivo e a autoridade mas com o consentimento que deriva da liderança intelectual e moral.

Porque para se tornar hegemônica uma classe deve transcender a organização econômico-corporativa. De tudo isso podemos extrair lições da atual crise capitalista mundial e a hegemonia do capital financeiro global através das legiões armadas dos Estados Unidos, o onipresente império da época contemporânea.

Cujo domínio, imposto e muito assimilado, surgiu de vários fatores determinantes onde se destaca o aparato ideológico-cultural, difundido por um poderoso complexo multimidiático de abrangência planetária.

Outro dos mais importantes recursos para a atual dominação imperial em escala jamais conquistada por algum império na História da humanidade tem sido a chamada "governança global" que se efetivou através de um conceito especial a Gramsci, a edificação do "consenso".

São leis e valores infligidos às nações, aos povos pela "nova ordem mundial" de tal forma que eles parecem naturais e comuns aos indivíduos, às sociedades. Isso fez com que o processo de maximização do lucro e a minimização dos custos globais do Capital tenham se realizado.

A profunda dependência econômica das Nações Unidas, e dos seus vários organismo internacionais, aos recursos financeiros dos Estados Unidos facilitou em muito a consecução dessa almejada "governança global".

E não é por outra razão que o ex-chanceler do governo Lula, Celso Amorim, declarou que é fundamental a reestruturação da ONU sob novas bases condizentes com a emergência de novos atores de uma realidade geopolítica mundial em intensa transição.

Já no Brasil o papel da coerção, hegemonia e os "consensos" estabelecidos pela elites monopolistas externas e internas tem conflitado nos últimos dez anos com o poder institucional.

Daí a intensa pressão, o cerco do capital financeiro, da "nova ordem mundial", sobre os dois últimos presidentes eleitos pelo voto secreto, popular, e os seus respectivos governos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário