quinta-feira, 3 de março de 2016

Anatomia do golpe

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


O clima golpista no País possui três vertentes, a política, a financeira e a geopolítica, conduzidas por forças retrógradas no País.

As razões estão no mesmo DNA dos alinhados à economia liberal dependente usada contra presidentes que ousaram cumprir metas desenvolvimentistas, justiça social, políticas que garantissem os interesses nacionais. São casos emblemáticos Floriano Peixoto, Getúlio, Juscelino, Jango.

Daí é possível entender que para o ataque à democracia, por parte desses grupos subordinados aos interesses forâneos, não é condição sine qua non a existência de programas de esquerda para se articularem conspirações com vistas a desestabilizar o País, as instituições da República, propagar a anomia social.

Esses apologistas da dependência nacional, sempre mutantes, hoje com viés neo-fascista, raras vezes conquistaram o poder pelo voto. Mas têm apoio em certos segmentos médios.

Uma base social sensível aos apelos ditados por intelectuais “formadores da opinião pública” de linhagem colonizada, que advogam a subalternidade do País à ideia do mercado absoluto, contra o protagonismo do Brasil no cenário mundial. A matriz do modelo de mercado total seriam os Estados Unidos.

Mas os EUA jamais abdicaram de um Estado imenso, forte, poderoso que garanta seus interesses econômicos, militares, imperiais. É o Estado nação que mais emprega funcionários, possui estruturas diretas, indiretas sem comparação no mundo.

O golpismo, mais que a crise capitalista, tem levado o País à quase paralisia econômica e política, com o apoio da grande mídia, usando como em outras épocas o mesmo mote, o Estado de Exceção, a ruptura das normas constitucionais.

O Brasil, integrante dos BRICS, está incluído há tempos na onda das “primaveras coloridas” monitoradas pelo Departamento de Estado dos EUA, além das pressões do capital financeiro, que já consome via serviço da dívida pública quase a metade do Orçamento da União, com taxas estratosféricas de juros penalizando os serviços públicos, investimentos em infraestrutura, os Estados da federação.

Assim, urge ampla mobilização em defesa do legítimo mandato da presidente Dilma, a luta contra a brutal espoliação do Brasil pelo capital rentista, um projeto nacional de desenvolvimento estratégico, a defesa da democracia e da nação soberana.

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