quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Estado crítico

Meu artigo publicado na Gazeta de Alagoas, no Vermelho, na Tribuna do Sertão, no Tribuna do Agreste, no Santana Oxente e no pcdobalagoas.org.br:


A cassação do deputado Eduardo Cunha, político sem escrúpulos, vingativo e frustrado não encerra uma fase terrível da vida política institucional nacional, ao contrário, inicia novo capítulo de uma tragédia, ao tipo grega, que vem levando o País a uma espiral de fatos nocivos econômicos, políticos, psicossociais.

Já as grandes maiorias que lutam diariamente vêem-se em condições adversas, quando não deploráveis, na labuta por um lugar ao sol, no sagrado direito a uma vida digna.

No Brasil, uma nação continental, de extraordinárias riquezas, mais de 200 milhões de habitantes, as desigualdades continuam gritantes, abissais, onde um ínfimo grupo de potentados vivem muito bem e cada vez melhor.

Enquanto setores de uma sub elite, abduzida por uma narrativa fantasiosa do monopólio midiático, mira-se embevecida no estilo de vida desse clube exclusivo de biliardários, e sonham, como se isso fosse possível, algum dia, ser sócio dele.

Mas não estamos em uma novela, é a vida real, áspera, implacável, em um País que é a 7a economia mundial que continua, no entanto, sob o jugo do “Mercado” financeiro com sua agenda global hegemônica, do politicamente correto, inimigo das aspirações dos povos, onde setores econômicos retrógrados, antinacionais, antissociais, orbitam em torno desse capital parasitário, feito satélites.

Com a cassação de Eduardo Cunha, a deposição do governo Dilma, através de um golpe, o “homem bomba” Cunha deve voltar-se agora contra o PSDB, PMDB etc., salvo algum acordo de bastidor tirado do chapéu mágico da atual política nacional. Dessa forma, o País tem navegado à deriva ou em uma rota esquizofrênica.

Porque sem um projeto estratégico que indique um norte efetivo aos rumos da economia, da sociedade, da política nacional, a nação transformou-se em uma comunidade fragmentada, onde prevalecem as corporações, sejam elas do “Mercado” parasitário, da grande mídia, de grupos que disputam o poder pelo poder entre si, até as mais insignificantes.

Já a linha do governo Temer é a desconstrução do Estado nacional, das históricas conquistas trabalhistas, sob os ditames do capital rentista. Ou se retoma, via política concreta, os caminhos democráticos, soberanos da nação ou esse túnel em que trafegamos levará a um desfecho dramático aos interesses do povo brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário