quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Impasse agravado

Meu novo artigo:


A condenação do ex-presidente Lula mostra que o País vive um estado de exceção, mesmo com as instituições funcionando, visto que será difícil convencer os brasileiros, ou os estrangeiros, de que o seu julgamento não tenha sido fundamentalmente político, já que figuras proeminentes da República em situações idênticas em quesitos de denúncias e ou processos, Aécio Neves só para citar um exemplo, continuam incólumes, lépidos e fagueiros.

Em outras palavras, a condenação do ex-presidente vem sendo vista como primordialmente política e eleitoral, abstraindo-se as controversas nuances jurídicas, tendo em conta o enorme potencial da sua candidatura, líder em todas as pesquisas de opinião pública.

Mas os fatores da gravíssima crise brasileira são bem mais profundos que o julgamento que condenou o ex-presidente, alastram-se para o conjunto das instituições republicanas e ameaçam a própria existência do Estado nacional.

Por outro lado é fundamental sempre assinalar que nos Estados modernos civilizados, qualquer alternativa a um impasse, seja de que magnitude for, acontece através da política e pela via democrática.

Mas a política representa pactos de gerência dos assuntos e interesses institucionais entre grupos, classes sociais etc., assim como democracia é a maneira mais civilizada que a humanidade concebeu de lidar com os conflitos inevitáveis nas sociedades complexas modernas.

No entanto, nem a democracia ou a política encerram em si próprias a solução das vicissitudes de uma nação. Elas não são “a pedra filosofal” ou o caminho “místico” onde basta invocá-las que os problemas do Brasil passam, como uma solução mágica, a ser resolvidos.

Atualmente o Brasil é um país totalmente à deriva, dividido em “tribos de poder” que disputam entre si o protagonismo central e se digladiam entre elas, estimuladas por uma grande mídia que não é mídia, mas “o grande poder” que manipula as demais “tribos” a serviço do Mercado financeiro rumo a um perigosíssimo impasse.

É fundamental a vontade nacional, a união do povo brasileiro em torno de um projeto estratégico, democrático, uma liderança consciente capaz de liderar um País soberano com dimensões continentais, imensas riquezas naturais, uma população de 200 milhões de habitantes que aos trancos e barrancos ainda é a sétima economia global.

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